
Queria muito ter voltado a este lugar por um motivo alegre e, na verdade, eu nem posso reclamar, desde a última postagem, eu tive vários deles, várias oportunidades de contar coisas boas: meu irmão se casou e foi uma cerimônia verdadeiramente comovente, um clima de felicidade pairava no ar e todos pareciam sorrir involuntariamente; depois tivemos as festas de Natal e de Ano Novo que, se por um lado não trouxeram grandes novidades, por outros tinha um clima de paz que há muito não sentia aqui em casa (não que passamos o ano brigando; mas porque ele foi mesmo muito agitado e cheio de compromissos).
Nesse meio tempo também conquistei algumas coisas que desejava há anos, coisas que podem parecer tolas para muitos, mas que para mim, foram verdadeiras vitórias pessoais, direta ou indiretamente, representaram superação.
Mas não foi nenhuma dessas coisas boas que me levou a procurar a imagem de uma lágrima, até poderia, pois de alegria também se chora. Procurei essa imagem porque acredito que quando um sentimento é forte demais pra ser calado e particular demais pra partilhado, ele necessita de uma maneira de se expressar; as lágrimas são maneiras de transbordar esses sentimentos; de pôr pra fora aquilo que é pesado demais para se carregar no peito, aquilo que dói, que machuca ou ao contrário, aquilo que alegra, que de tão bom chega a ser inacreditável.
Algumas pessoas tem esse poder, de nos fazer sentir tão bem pelo simples fato de estarmos por perto e desfrutarmos de sua presença, que chega a ser inacreditável. Não importa o quão longe estamos, se precisamos de colo é lá que encontramos ou quando as coisas vão bem, é com essa pessoa que temos vontade de partilhar antes que o mundo descubra.
Nas palavras de Vinicius de Moraes “Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.” Pior do que ter um amigo em alta estima sem que ele saiba disso, é quando só nos damos conta de que temos um amigo assim quando ele está longe, quando se ausenta (não importa muito por quanto tempo). Sim, minha amiga não está perto de mim no momento e nem podemos nos falar com a freqüência com que costumávamos fazer, mas felizmente, pude perceber antes de sua partida o quanto era importante pra mim e disse isso a ela.
Não tive a mesma capacidade de fazê-lo com outras pessoas e é por isso que deixo aqui um conselho, quem achar sensato que o siga, não deixe passar a oportunidade de dizer a alguém o quanto é amado e essencial na sua vida; pode parecer pequeno aos teus olhos, mas pode mudar o mundo dessa pessoa. Não tenha vergonha nem receio do som que um “eu te amo!” produz; porque ele também pode fazer toda diferença na vida de um amigo...
Como eu li em algum lugar, o tempo passa diferente sem você amiga, e sei que de todos, tu vai ser a última a ler isso, mas ainda assim, é pra ti que escrevo hoje...
Com carinho,
Bia.