quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Diversão x Responsabilidade ?!


Sabe esses pensamentos que invadem nossa mente sem pedir licença nos momentos mais inusitados? Quando a gente não tem está pensando em coisas totalmente diferentes, ou no meu caso, pensando em nada e daí essa coisinha incômoda chamada pensamento se manifesta? Pois é, aconteceu de novo comigo ontem, bem no finzinho do feriadão. Eu já estava feliz, achando que pelo menos dessa vez conseguiria sair ilesa desse raro momento de descanso em meio ao ano letivo; mas que nada, quando eu menos esperava.... aconteceu de novo.

Eu estava quietinha no meu canto, assistindo um espetáculo de dança, afinal, quem me conhece sabe que é uma das várias formas de arte que eu aprecio sem moderação; não posso negar que estava muito bonito, povo dançando horrores lá no palco, uma verdadeira festa de luz, cor e lantejoulas; agradável aos olhos e aos ouvidos. Me envolvi com o que estava acontecendo e simplesmente me deixei levar, é nessas horas que a gente se desliga dos problemas, dos barulhos, das chateações e se retira pra si mesmo.

Comecei a notar em mais do que apenas as coreografias que iam sendo apresentadas, resolvi começar a notar na expressão de cada um que dançava; as que estavam mais preocupadas em não errar os passos ou em não esquecer a coreografias eram logo notadas: rostos fechados, sem sorrisos ou com aqueles forçados (que na minha humilde opinião era melhor nem existir), ombros enrijecidos e pra ser bem sincera, são as que têm mais tendência a errar. Em outro extremo, tinha também aqueles que nem sabiam o porquê de estarem dançando: faziam os passos de qualquer jeito, sem expressão alguma exceto um tremendo ponto de interrogação na testa, incapazes de ficarem chateados, mesmo se caíssem do palco.

Entre um e outro, vieram aqueles que receberam minha admiração, meu respeito e o meu aplauso: vieram aqueles que estavam visivelmente alegres por estarem dançando; preocupados em manter o ritmo e acertar os passos sim, mas deixando transparecer claramente o quão felizes estavam por estarem dançando entre amigos, músicas alegres, roupas divertidas, sentindo-se bem e bonitas pelo simples fato de estarem fazendo aquilo que gostam. Em outras palavras, estavam se divertindo, simplesmente isso!

Descobri que quando as pessoas lá “desistiam” de dançar e começavam a se divertir tudo fluía melhor e mais bonito, mais leve, mais envolvente, verdadeiramente digno de ser chamada arte. Voltei para casa incomodada com esse pensamento: afinal de contas, será possível que quando se tem responsabilidade por algo a diversão fica então excluída? O peso de fazer com que tudo saia bem, bonito e perfeito, sem manchas nem máculas, sem sequer um borrão; faz com que as pessoas se esqueçam da razão primeira que as levaram até ali?

A principio achei que sim, o que confesso, me deixou triste e desgostosa; mas depois, pensando bem no assunto, um fiozinho de esperança começou a querer despontar no horizonte. Porque quando se gosta mesmo de alguma coisa, nesse caso a dança, faz-se o possível e o impossível pra estar sempre envolvido com aquilo, sempre buscando novidades, procurando se aperfeiçoar o máximo, praticando sempre que possível, pesquisando; enfim, vivendo essa paixão de corpo e alma.

De certa forma, cria-se responsabilidade consigo mesmo e com o objeto de sua paixão; mas não uma forçada, repressiva, não é algo pesado e limitador; muito pelo contrário, é uma responsabilidade que liberta, que voa, que faz sentir vivo, prazerosa... aquela em que não nos importamos de ter e de carregar, porque não é um fardo, mas um motivo para viver!

Ao finalizar esse texto, trago o coração mais leve e mais reconfortado; descobri que por mais escondido que esteja, todo mundo tem uma paixão a que se dedica e que, em última instância, dá um motivo para viver. Talvez ela seja inconstante, talvez se modifique com o passar dos anos, mas certamente eleva nossa alma, nos faz plenos, felizes! Seria uma pessoa horrível se não desejasse ao final de tudo que cada um dos leitores que tiveram a paciência de chegar até aqui que se apaixonem sempre que possível e que, com isso, sejam imensamente felizes!!!

sábado, 10 de novembro de 2007

Amigos Anjos





A comparação é mais do que batida, acho que todo mundo por aqui já leu algum texto, mensagem, e-mail ou música que diz que verdadeiros amigos são anjos em nossas vidas; alguns vão achar piegas, mas bem no fundo, se cada um examinar a si mesmo, vai poder se lembrar de que pelo menos uma vez na vida, por um breve instante, teve um amigo a quem pode chamar de anjo.

Não tenho pretensões teológicas, portanto, esqueçam toda a aula sobre anjos que poderia passar pelas suas mentes, primeiro porque não tenho tanto conhecimento assim sobre o assunto e segundo porque seria realmente chato e fugiria totalmente ao nosso propósito aqui. Vamos falar dos anjos do senso comum, aqueles de lindos cabelinhos cacheados, dourados e reluzentes como o ouro, aqueles que têm um rosto de pureza e de candura que chegam a enfeitiçar, de quem se tem vontade de apertar as bochechinhas; mas acima de tudo aqueles capazes apenas de amar.

Não dá pra imaginar um anjo fazendo uma maldade, nem mesmo uma traquinagem; exceto talvez o cupido, mas esse nem anjo era! Fato é que anjo mesmo, aquele com A maiúsculo, é aquele capaz de proteger, de confortar, de aquecer o coração sem nem precisar de palavras, apenas com pequenos gestos; pode nos fazer rir apenas com sua presença. Posso ir ainda mais longe e ser um tanto mais ousada, posso dizer que muitas vezes eles nos fazem rir apenas por lembrarmos que eles existem, que nos amam como somos, sem tentar nos modificarem e que podemos contar com esse apoio incondicional a qualquer hora, em qualquer lugar.

É curioso eu dizer uma coisa dessas, não por maldade, talvez por superproteção, fui ensinada que amigos verdadeiros são apenas aquelas pessoas que moram com você, ou seja, meus pais e meus irmãos; quando se é criança, não se tem outra escolha senão aceitar aquilo que nos dizem como verdades e até certo ponto, eu cresci acreditando nisso. O que eu nunca percebi é que com isso acabava afastando as pessoas que por acaso buscavam chegar mais próximas a mim. A partir de um determinado momento pensar assim se tornou muito solitário, mas por hábito continuei pensando assim.

Foi preciso encontrar alguns desses anjos em minha vida, não precisam ter nomes, eles sabem quem são (ao menos eu espero que saibam, com certeza, todos sabem que eu os amo de coração); basta apenas que se diga que cada um deixa a minha vida um pouco mais colorida, mais bonita, mais perfumada, mais amável ou pelo menos, menos amarga e hostil. Assim como os anjos, a maioria deles está longe de mim, eu raramente ou nunca os vejo; são para mim muito mais um sentimento, um contentamento, uma memória e até uma saudade do que uma presença real; entretanto nunca duvidei nem por um segundo, de sua presença junto a mim.

Afinal, é esse estar junto que me faz forte para enfrentar alguns momentos difíceis, muitas vezes chego a escutar a voz deles me dando força ou me aconselhando; que me motiva a fazer determinadas coisas ou a tomar determinadas decisões. Meus anjos lutam para não me ver cair, mas se for preciso, eles me deixam esborrachar de bumbum no chão, tendo apenas a certeza de que estarão ao meu lado e estenderão a mão para ajudar a levantar; tem sempre uma palavra de consolo e um gesto de carinho que é possível sentir de longe, ao mesmo tempo também já me sacudiram, me falaram verdades doloridas, mas nunca mentiram para mim. Não são capazes de me dizer coisas para me agradar, preferem secar as minhas lágrimas, mas me dizer a verdade!

Porém há uma coisa de diferente, com meus anjos amigos eu posso conversar e esperar resposta, posso abraçar e me sentir abraçada de volta, posso dar um beijo, fazer um cafuné, e receber tudo isso de volta; com meus anjos amigos, há reciprocidade, há cumplicidade. Isso sem falar nos olhares, os olhos são espelhos da alma já disse algum poeta por aí e isso deve ser bem verdade, porque o olhar de um anjo amigo é mais ferino e cortante que o mais afiado dos punhais ou, ao contrário, é capaz de lavar a alma, encher nossos olhos de lágrimas de alegria.

Faço uma pausa aqui, sinto que fui injusta alguns parágrafos acima e também parece que disse algo em tom de lamentação, quando na verdade, não foi bem assim. Não me arrependo de ter crescido da forma como o fiz, nem de ter tido poucos amigos fora de casa; foi graças a essa minha criação que sou o que sou hoje e que posso m e dar ao luxo de ter amigos anjos. Meus pais e meus irmãos, posso dizer que são mais do que meus anjos, são meus Arcanjos!

Acho que já me alonguei demais; espero que tenha sorrido ao lembrar-se daquele anjo que há tempos você não vê, nem fala; mas que jamais será esquecido e que ainda pode sentir perto de você. Ou ao contrário, que tenha se emocionado ao descobrir que pode se considerar um anjo para alguém. E só para não perder o hábito, fica a proposta de ter como um dos objetivos, ser um anjo na vida de alguém!



sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Tempo... tempo... tempo.... tempo

Eu sabia quando fiz esse blog que acabaria por deixá-lo de lado mediante o corre-corre da vida diária. Desde que o fiz, minha vida mudou completamente, se transformou como a lagarta em borboleta...

Uma amiga querida me fez buscá-lo novamente, e espero em breve ter inspiração e tempo para voltar a escrever, eram apenas pensamentos, mas alguns que eu gostava de dividir com o mundo e acima de tudo, gostava de não sufocá-los e deixá-los morrer dentro de mim!

Beijos a todos.... em breve estarei de volta!